Em 1979, um grupo de crianças de uma pequena cidade - rodando um filme numa antiga estação de trem - presencia uma catástrofe envolvendo um trem das Forças Armadas com uma carga suspeita. Logo, algumas pessoas começam a desaparecer, desencadeando uma série de mistérios no qual ninguém compreende, deixando a população em desespero.
Quando Spielberg quer, Spielberg consegue. O cara é um gênio. Se tem o nome dele envolvido, você tem 2 certezas: que vai ser um show de efeitos, com cenas incríveis e bem desenvolvidas e que vai ser uma super brisa. SUPER 8 não é diferente.
A idéia, roteiro e direção é de J.J. ABRAMS, tendo como sócio, colaborador artístico e produtor o Sr. STEVEN SPIELBERG, veterano em grandes produções clássicas do cinema blockbuster-hollywoodiano, vulgo 'pipoca'. Abrams criou Lost e Cloverfield. Dele já garante mistério e boa trama. Spielberg nem precisamos comentar. A semelhança deste filme com "ET - O Extraterrestre" e "Guerra dos Mundos" é tanta, que mesmo que se não divulgassem o nome dele como colaborador artístico e produtor, você iria suspeitar mesmo assim. O filme tem o clima de ET e a ambientação de Guerra dos Mundos, porém, tão bem realizado quanto os dois.
Logo no início somos apresentados ao argumento do filme, realizado através de uma das melhores cenas de catástrofe do cinema. O acidente inicial é tão impactante e tão bem realizado que o filme já valeria inteiro por esta cena.
Todos os personagens são bem construídos. É possível ver a história de cada um deles bem desenhada ao longo das falas e situações. Todos eles tem seus próprios bordões e características principais bem explícitas. Temos o tímido apaixonado, o gordinho mandão, o nerd medroso que passa mal, o capeta da explosão, a jovem menina-madura, entre outros. Em todas as cenas podemos ver essas características bem acentuadas. Grande parte desse mérito é do elenco, com quase todos atores desconhecidos, porém muito afiados.
ELLE FANNING largou de vez o título de "irmã da Dakota" e agora é uma atriz independente, formada e madura. Sua interpretação está acima de todas as suas anteriores e de todas as interpretações do restante do elenco do filme. Ela é a protagonista feminina e defende muito bem este título. KYLE CHANDLER, como pai do garoto protagonista, mostra uma interpretação mediana como de costume, mas prova que a idade não interferiu em nada no seu pique está lhe fazendo bem. A trupe dos garotos capetinhas é formada pelos tão novos RILEY GRIFFITHS, GABRIEL BASSO, RYAN LEE e ZACK MILLS, sem contar o garotinho protagonista JOEL COURTNEY, que está um nível acima de seus colegas. 90% dos momentos dramáticos do filme são de responsabilidade de seu personagem e com ele transitamos muito bem de uma emoção à outra. Sem falar na química deliciosamente infantil entre ele e Fanning.
Um ponto interessante do filme é a mescla de gêneros. A direção de Abrams tem qualidade e brinca nas passagens do suspense para a ficção científica, jogando comédia e uma pitada de romance juvenil através das desgraças dos personagens. Um exemplo disso é a ótima sequência tensa da perseguição no ônibus, quando no meio de toda aquela confusão, uma das crianças que sempre passa mal durante um momento de fragilidade, começa a vomitar.
É muito difícil falar de SUPER 8 sem entregar muito do filme. Toda a campanha de marketing para divulgação do filme prezou o sigilo, para não estragar na hora do público assistir. E é nessa expectativa que encontramos o grande erro do filme. Se não guardassem tanto a causa disso tudo, o final poderia ser melhor visto pelo público. Foi o mesmo que aconteceu com Lost e Cloverfield. Talvez esse seja um mau de J.J. Abrams, incrível realizador de tramas, começos e desenvolvimentos, mas com déficit em desfechos. Talvez, Spielberg deveria ter colocado mais de suas mãos no roteiro e dar um rumo melhor para o desfecho. Mesmo assim, a diversão é garantida para todos.
SUPER 8
(Super 8, EUA, 2011)
Direção: J.J. Abrams
Elenco: Elle Fanning, Joel Courtney, Kyle Chandler, Riley Grifftis, Gabriel Basso, Ryan Lee, Ron Eldard, Joel McKinnon Miller, Jessica Tuck
Duração: 112 min.
Quando e Onde Assisti: 12/08/2011 - UCI Anália Franco
Nota: 7,5
Quero assistir.. adorei a critica... saudades Lu!!!
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