domingo, 26 de junho de 2011

A CASA

            A jovem Laura e seu pai tem a tarefa de reformar a casa que compraram no interior do Uruguai. Os dois decidem começar a reforma ao amanhecer e quando vão dormir, Laura escuta barulhos no andar de cima.


            O filme A CASA é uma propaganda enganosa, isso dependendo do que você deseja ver. Aqui, eu imprimo as minhas impressões e principalmente a minha opinião baseada no meu gosto. Deixo claro para que ninguém que tenha gostado do filme venha me massacrar. Isso é, se acharmos alguém que tenha gostado.

            Assumindo as coisas boas do filme, prepare-se, pois a tensão é garantida. Na maioria das cenas do filme, você fica sempre tenso, cravado na cadeira do cinema e apertando o braço de quem quer que esteja do seu lado. A casa do título do filme é um cenário assustador. Abandonada e com muitas tábuas travando as janelas, esse aspecto deixa a casa medonha, já que toda a iluminação do filme é baseada nos feixes de luz entre as tábuas, bem cenário de filme de terror mesmo. Temos aí o primeiro clichê.

            Este provavelmente é o vigésimo filme que utiliza o modo hand-cam, no qual a câmera treme e faz parecer a visão de um personagem. Mas é um dos pouquíssimos que utiliza o modo "one-single-shot", no qual o filme todo é rodado em apenas uma tomada, sem cortes. Porém, pela história, isso seria impossível, já que o filme começa no entardecer e termina no amanhecer e só tem apenas 78 minutos. Bom, se de repente a personagem vive num universo paralelo absurdo e isso fosse explicado no filme, por mim tudo bem. Mas não é. Fica claro que os cortes acontecem em momentos de breu total, já que algumas cenas se passam inteiras no escuro e são entendidas apenas pelo sonoro, com barulhos de passos, risadas de crianças e portas abrindo nos outros cômodos da casa. Eis o truque.


            O outro truque está no fato de que o modo hand-cam é uma farsa, já que a câmera que deveria revelar a visão de um personagem não revela nada além de você mesmo como público perseguindo a personagem. O que revela é a possível falta de orçamento para contratar um diretor de fotografia.

            Já falando de orçamentos, o orçamento total do filme foi de US$ 6.000,00, isso mesmo - seis mil dólares. Pensando desta forma, é um grande filme para um orçamento tão baixo, mas pobres dos atores, que ganharam pouco e não tiveram o prestígio que mereciam, pois as atuações são ótimas.

            A performance da nossa protagonista FLORENCIA COLUCCI é bem competente, já que ela é exposta a uma situação embaraçosa para um ator. Chega a ser bem teatral, pois as tomadas são longas e são muitas emoções e sensações diferentes que a personagem vive perante as situações da trama.

            Além de todos os clichês e repetições de maneiras que o filme tem, ainda somos informados de que a trama é baseada em fatos reais. Porém, os Uruguaios foram mais respeitosos ao público e contaram a verdade. Em 1944, numa cidade do interior do Uruguai, dois corpos foram encontrados brutalmente massacrados em uma casa abandonada, cheios de fotos ao redor deles.


         Sabem que existe uma teoria do entretenimento, que vale para o cinema e pro teatro. Deve-se caprichar no início e no fim do projeto, já que são as partes que as pessoas mais lembrarão. Pois aqui, isso é tudo o que fracassa. Sem um começo convincente e com um final surpreso, repetido por outros filmes e muito mal realizado, o filme se torna a maior chacota em cartaz. O filme se sustenta apenas pela tensão toda do desenrolar da trama, que mesmo assim quebra em vários momentos, quando a personagem ao invés de fugir do local, decide subir as escadas, ficar de costas para possíveis locais de ataque e explorar o rodapé da parede.

          Resumindo, o que deveria ser bom no filme, é muito ruim e fracassa. Fui esperando um ótimo filme, já que os outros estrangeiros "REC" foram excelentes. Com sorte você vai pro cinema esperando pouco do filme e não se decepciona tanto.

A CASA
(La Casa Muda, Uruguai, 2010)

Direção: Gustavo Hernandéz
Elenco: Florencia Colucci, Abel Tripaldi, Gustavo Alonso, María Salazar
Duração: 78 min.


Quando e Onde Assisti: 24/06/2011 - Cinemark Metrô Santa Cruz
Nota: 4,0

Um comentário:

  1. ééééééé Luuuu!!!! concordo com cada palavra... mas uma coisa é certa... em uma hr eu virei pra Gabi e flei que cada cena que rolava a blusa e a cara dela estavam mais sujas, como se fosse erro de continuidade, mas no final isso é explicado pelo menos hauhauhauahauhauahuah

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