Em 2009, um filme de comédia chamou a atenção do público e da crítica, revelando números assustadores em bilheterias. SE BEBER, NÃO CASE! foi um sucesso estrondoso e tornou-se o filme de comédia mais engraçado que o público tinha visto. A história era simples e não chamava atenção, mas o desenrolar e as surpresas que o roteiro apresentava que mostraram um modo novo de se fazer comédia. A produção ganhou rios de dinheiro e agora lança sua segunda parte, que estreou nesta sexta-feira dia 27.
Desta vez, quem casa é Stu. Neste, somos transportados para o mundo louco da Tailândia. O que antes foi em Las Vegas, agora exploramos o submundo e a bandalheira de Bangcoc. Ás vesperas de seu casamento, os outros amigos Phil, Alan e Doug decidem ir tomar apenas um drink para não deixar batido uma despedida de solteiro. Óbvio que eles acordam no dia seguinte sem saber como foram parar ali.
Doug já era o certinho no outro filme e desta vez fica são e salvo no hotel onde o casamento vai acontecer. Quem vai no lugar dele é o irmão da noiva, Teddy, que é menor de idade. A família da noiva são todos orientais, o que faz a pressão em cima do retorno deles ficar muito pior, ainda mais que o irmão dela está em apuros e desaparecido com eles. O pai da noiva, patriarca-oriental-tradicional é o maior clichê do filme, já que passa o filme inteiro enchendo o saco do noivo e, quando o noivo retorna a tempo do casamento acontecer e gritando um ato de rebeldia em cima dele, prova ao sogro que é "um bom homem e que luta por seus ideais", ganhando assim a confiança dele.
Se formos parar pra pensar, o filme apresenta a fórmula da piada repetida. A construção do roteiro é exatamente igual à do primeiro, inclusive sua edição, trilha sonora, enfim. Da edição, as cenas e acontecimentos são apresentados da mesma maneira de seu antecessor. A esposa ligando para eles perguntando onde eles estão, quando a resposta é "Não sei, acho que não chegaremos a tempo pelo casamento." Aí rola o flashback para mostrar como tudo aconteceu e então as fotos todas dos momentos perdidos são reveladas apenas durante os créditos. Pode ser uma coisa maléfica, podemos sim interpretar como "que droga, não tem nada de novo". Mas foi desta maneira que o primeiro filme funcionou e divertiu as multidões, portanto nada melhor do que investir na mesma fórmula para adquirir mais sucesso. Além do mais, o que vemos agora é a podridão de um lugar que não tem tanto glamour como Las Vegas. O submundo inteiro de Bangcoc vira cenário para as novas trapalhadas.
No lugar do leão no quarto, temos um macaco que fuma com estilo e muito mais esperto do que todos os outros personagens. No lugar da prostituta, temos várias travestis exibindo seus "materiais de trabalho" e revelando ter tido uma noite incrível de sexo com um dos personagens. No lugar do japinha bizarro e mafioso, temos AINDA ele mesmo. Além de tudo, ainda temos uma tatuagem inexplicável no rosto, um corte de cabelo muito radical e uma pancadaria engraçadíssima por parte dos monges.
Do elenco, as performances estão tão boas quanto no primeiro filme. BRADLEY COOPER é o menos comediante de todos. Ele só é bonito e não tem pontos altos do filme, seu personagem não evoluiu nada. ED HELMS, o noivo da vez e anteriormente desdentado, teve um destaque maior no filme e os ocorridos com o seu personagem são os melhores. Mas o astro do filme ainda é o gordinho cheio de manias. ZACH GALIFIANAKIS, que antes das comédias fazia dramas (e muito bem) mostrou que a comédia é o seu lugar. TODAS as cenas em que ele aparece o público gargalha muito. JUSTIN BARTHA continua morno com o seu Doug. MIKE TYSON em sua participação especial está tão bem quanto esteve no primeiro e vem se revelando um cara um tanto engraçado. E o japa... KEN JEONG? Que japa é esse? A cena "peniana" dele já vale o ingresso e o filme todo!
Da direção, o diretor Tod Phillips, repetindo a dose do primeiro filme, mostrou novamente sua competência para comédias. Competência que, de vez em quando, é duvidosa, já que os três últimos filmes do diretor (Se Beber, não Case! - Um Parto de Viagem - Se Beber, não Case! Parte 2) envolvem uma trama muito parecida. Os três envolvem viagens, trapalhadas, situações absurdas e os três tem Zack Galifianakis como o gordo bobo. Na verdade isso me parece mais um momento de apertar o botão 'repeat' três vezes e adicionar um pouco do que sobrou da criatividade. Não considero uma coisa de todo ruim, mas só porque gostei desses três filmes.
SE BEBER, NÃO CASE - PARTE 2, apesar de abusar da repetição que funcionou, vai fazer o público rir muito e nem perceber que tudo está sendo repetido, pois a proposta ele cumpre. Diverte, surpreende e faz rir muito.
SE BEBER, NÃO CASE! - PARTE 2
(The Hangover - Part 2, EUA, 2011)
Direção: Tod Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Zach Galifianakis, Ed Helms, Justin Bartha, Jamie Chung, Ken Jeong, Paul Giamatti, Mike Tyson
Duração: 102 min.
Quando e Onde Assisti: 27/05/2011 - Cinemark Aricanduva
Nota: 8,5
Muito bom Lu por nos dar uma visão melhor
ResponderExcluirdos filmes e dar a sua opinião, é muito foda!
Sempre leio seu blog *-*
Beijos :*