A GAROTA DA CAPA VERMELHA

Em uma era cinematográfica onde vampiros são os astros do cinema, surge um trailer que só chamou a atenção por ter como tema, uma fábula conhecida mundialmente. A GAROTA DA CAPA VERMELHA parecia ser tão teen e tão meloso quanto a assediada “Saga Crepúsculo”. Mas é só conferir o filme (que entrou em cartaz dia 22 de Abril) e ver que é bem melhor do que se espera.

Sinopse: Valerie é uma garota que vive numa aldeia medieval assombrada por um lobo. A jovem está prometida à Henry, mas é em Peter que deposita todo o seu amor. Ao descobrirem que o lobo na verdade é um lobisomem, inicia-se um jogo de caça ao predador, quando chega o Padre Solomon, a fim de descobrir quem é que está por trás das garras do lobisomem. Todos são suspeitos, inclusive Valerie, que também desconfia de seus enamorados.

. Esqueça o meloso e principalmente a falta de ação do galã. Este tem a pegação do jeito que os vampirinhos brilhantes deveriam ter. A nova versão da famosa fábula da Chapeuzinho Vermelho é um tanto cruel, sombria e intensa. Dirigido por Catherine Hardwicke, o longa é maduro e provou que o único erro da diretora em sua carreira foi o primeiro Crepúsculo. Ela dirigiu também o ótimo “Aos Treze” e neste voltou com toda carga que seu vampiresco deveria ter tido. Claro que com um orçamento maior, pode-se fazer coisas mais ambiciosas e neste, ela arrasou.

No quesito romance, vemos toda a love story que uma boa fábula tem que ter. Logo entra o suspense, com as aparições medonhas do lobo mau (neste um lobisomem) e temos a aventura, no momento em que todo o vilarejo decide unir suas forças para vencer o lobo.

 O que decepciona é a figura do lobo mau, que eu diversos momentos não parece tão mal quanto o que os personagens falam, pelo menos não o suficiente. Eles ressaltam tanto o medo que tem pelo lobo, que quando ele realmente aparece, você não acredita que ele pode fazer tanto estrago. E claro, não poderia ter deixado de fora os símbolos fortes da fábula como as frases “Vovó, que olhos grandes a senhora tem! – É para te enxergar melhor Chapeuzinho!”

 AMANDA SEYFRIED na pele da ‘Chapeuzinho’, no longa chamada de Valerie, prova – mais uma vez - que é um achado do cinema. A moça é uma camaleoa e neste se supera mesmo tendo sido fortemente marcada por seus papéis em “Mamma Mia”, “Querido John” e “Cartas Para Julieta”. Sua Chapeuzinho tem um ‘quê’ de maldade, é determinada e sua performance carrega muito bem o peso de ser a protagonista. Na continuidade temos Virginia Madsen, sempre ótima, interpretando a mãe de Valerie e muito mais bonita que sua filha; Billy Burke interpretando o pai lenhador, Julie Christie arrasando como a enigmática e sombria ‘vovózinha’ e principalmente Gary Oldman no papel do Padre Solomon, que aliás eu dispenso comentários. O cara é foda!

 Por fim, temos os mocinhos Peter e Henry, vividos respectivamente por Shiloh Fernandez e Max Irons. Lindos como o papel pede e pose de galã comum como todos os outros de todos os filmes do gênero. A trama prende totalmente o espectador, que, se perder algum momento do filme, já se enrosca nos fatos e perde o fio condutor do suspense. O legal é tentar sempre descobrir quem é o personagem que se transforma no lobo nas épocas de lua cheia (no filme chamada de Lua Sangrenta). E sempre se desconfia de vários personagens. Porém, uma dica para os que vão assistir: se você conhecer a fábula e ficar atento aos fatos, personagens e seus ofícios, você decifra esse enigma de letra! Os fatos estão todos à mostra.

. Este romance com pitadas de suspense e aventura, revela os três gêneros entrelaçados na medida certa, coisa que todos os filmes que tentam seguir nesta linha não conseguem. Este sim poderia se tornar um fenômeno e teria todos os méritos para isso. É inteligente, intrigante e muito bem realizado.

A GAROTA DA CAPA VERMELHA

(Red Hiding Hood, EUA, 2010)

Direção: Catherine Hardwicke

Elenco: Amanda Seyfried, Gary Oldman,
Virginia Madsen, Billy Burke, Julie Christie,
Shiloh Fernandez, Max Irons.

Duração: 100 min.

Site Oficial

Quando e Onde Assisti:
Dia 21/04/2011 - UCI Anália Franco

Nota: 7,5