Hollywood não pára! Os roteiristas escrevem um roteiro atrás do outro. O resultado disso são filmes repetitivos, sem graça e nada criativos. É quase o caso deste EU QUERIA TER A SUA VIDA. É quase um remake, com uma história é bem batida, já vista em seriados, novelas e outros filmes: Dois amigos completamente diferentes um do outro, de saco cheio de suas rotinas, clamam juntos à beira de um chafariz a vontade de um ser o outro. Eis que os corpos são trocados e um passa a viver a vida do outro.
É o tipo de filme que você já entra no cinema sabendo o começo, o meio, o fim e a moral da história, mas que o único atrativo são as mirabolantes trapalhadas no meio do filme para ajudar na construção da comédia. Felizmente, neste quesito o filme ganha pontos positivos, já que todos os fatos são tão bons quanto os apresentados em "Se Beber Não Case" - o que não é coincidência, já que o roteirista é o mesmo. As situações embaraçosas são muito semelhantes ao citado, mas da mesma maneira que diverte, essa comédia cai em excessos. Chega uma hora que a piada fica muito repetitiva e insana.
RYAN REYNOLDS e JASON BATEMAN são os amigos que tem seus corpos trocados. Ryan faz o amigo desleixado e descontraído enquanto Bateman encarna o pai de família certinho e regrado com a esposa. Infelizmente, ambos não tiveram sucesso com suas interpretações a ponto de sustentarem o filme, mesmo que arrancando algumas gargalhadas do público. A esposa de Bateman é LESLIE MANN, aqui com um tom de voz beirando o cômico e o insuportável, mas cumprindo bem o seu papel. A perfeita OLIVIA WILDE faz a secretária 'femme-fatale' mais tímida que vai se revelando ao longo do filme. É sempre muito bom vê-la nas telas, já que seu timming é ótimo e sua química com a câmera e com os atores está sempre impecável. Nunca vi uma fraca interpretação da moça. O elenco ainda conta com a participação do veterano ALAN ARKIN, trazendo uma hilária interpretação do pai de Bateman, um cara politicamente incorreto, com todos os conselhos errados para tudo e todos, muito bom!
O ritmo do diretor DAVID DOBKIN é bom para quem espera rir bastante. O clima nunca cai, mantendo-se numa comédia linear seguindo sempre o mesmo embalo. Mas mesmo assim é impossível não cair no ridículo, como o roteiro faz o tempo todo. Os elementos para se criar essas comédias de troca de corpos são sempre os mesmos. É sempre num determinado local que acontece a troca, local este que ao longo do filme torna-se impossível de achar, pretexto estabelecido apenas para prolongar o tempo que os personagens ficam trocados. Neste caso é uma "fonte dos desejos" no qual os dois urinam e aí a mágica acontece. Além do local, para a troca acontecer, ambos devem dizer a mesma frase juntos, que aqui é o próprio nome do filme "Eu queria ter a sua vida!" Voilá! Num passe de mágica um se transforma no outro! E para finalizar, a moral da história é sempre a mesma: a experiência que os personagens têm serve apenas para mostrar o quantos suas vidas são boas e para dar valor ao que eles têm.
No fim das contas, a impressão final é: "ah, eu já vi esse filme." Simplesmente porque essa é a verdade. "Sexta-Feira Muito Louca" e até mesmo o nacional "Se eu Fosse Você" já utilizaram o mesmo enredo e se deram bem. Bom, não vai nos surpreender se logo mais estrear mais um filme com essa história. Se todos os lançados até agora funcionaram, então pode mandar mais um!
EU QUERIA TER A SUA VIDA
(The Change-Up, EUA, 2011)
Direção: David Dobkin
Elenco: Ryan Reynolds, Jason Bateman, Olivia Wilde, Leslie Mann, Alan Arkin, Mircea Monroe
Duração: 112 min.
Quando e Onde Assisti: 10/10/2011 - UCI Anália Franco
Nota: 7,0
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