quarta-feira, 23 de maio de 2012

ARMADILHA


          Três amigos de trabalho saem de uma festa rumo às suas casas, quando decidem parar em um caixa eletrônico. Lá são surpreendidos por um sujeito estranho que, encapuzado, os aguarda do lado de fora com muitas surpresas macabras e sangrentas. Agora, eles precisarão unir suas forças e inteligências para sair dessa enrascada.


          Muitos filmes tem o dom de enganar o público através do trailer. ATM – ARMADILHA é um deles. Com um trailer de dar arrepios, o suspense foi lançado nos EUA em 17 de Fevereiro e aqui, acabou de ser adiado pela segunda vez. A última mudança foi em 18 de Maio sem nenhum aviso e eu, ansioso para vê-lo, fui ao cinema e tive essa desilusão. Me rendi à pirataria e fiz o download do filme, que para minha surpresa, estava em qualidade HD, já que o Blu-Ray do filme já é comercializado nos EUA. Logo descobri minha sorte de não ter gasto dinheiro com este filme. Quem quiser conferir nos cinemas, terá o desprazer a partir de 20 de Julho.

              Filmes de suspense são feitos para prender o espectador na cadeira, fazê-los pular durante os sustos, se roerem inteiro de nervoso pelos personagens e quebrar a cabeça para desvendar os mistérios da trama. Aqui, nada disso acontece.


            O roteirista CHRIS SPARLING errou feio diversas vezes em todos os sentidos. Os diálogos não têm profundidade nenhuma e muitos deles não tem nexo algum, tornando a conversa entre eles vazias - principalmente os diálogos do início. Seus personagens são estúpidos demais, tomando as piores decisões causando constrangimento no público, que está sempre um passo à frente deles adivinhando tudo o que vai acontecer a seguir. Apesar de ausentar qualquer clichê de filmes do gênero, a trama não prende o espectador e os poucos momentos surpreendentes são rápidos demais para o público criar uma opinião positiva sobre o filme. São tantas as situações embaraçosas, que em um determinado momento, o próprio roteiro tira sarro dele mesmo. A história tinha tudo para dar certo, mas o roteiro desanda o tempo todo e não explica nada - eu repito: NADA - da razão para as coisas acontecerem. Não apresenta causa, nem circunstância, nem propósito e nem conclui a história. Nem a direção de DAVID BROOKS contribui, já que não é capaz de criar o clima tenso a ponto de assustar. Aqui, o assassino é uma cópia fiel aos dos filmes "Lenda Urbana", com o jaquetão de inverno mas sem o machado na mão e não oferece o mínimo medo possível.


          No elenco deveria existir no mínimo um bom protagonista, um ator que conseguisse levar o filme por si só, mas isso também não acontece. Apesar de serem medianos, o trio principal BRIAN GERAGHTY, JOSH PECK e ALICE EVE não conseguem nem a empatia do público e nem tentam dar naturalidade às falas tão forçadas.

              Se todos esses detalhes não forem o suficiente para você ignorar esse filme nos cinemas e esperar sair em dvd ou passar na televisão, assista e tire suas conclusões. Mas se você é daqueles que detesta que as pessoas digam "depois não diga que eu não avisei", fique em casa ou escolha outro filme.

ARMADILHA
(ATM - Eua, Canadá - 2012)

Direção: David Brooks
Elenco: Brian Geraghty, Josh Peck, Alice Eve, Aaron Hughes, Omar Khan
Duração: 90 min.


Quando e Onde Assisti: 22/05/2012 - Em casa
Nota: 4,0

sexta-feira, 13 de abril de 2012

COMO AGARRAR MEU EX-NAMORADO

            Se ao assistir COMO AGARRAR SEU EX-NAMORADO você sair do cinema com aquela leve sensação de que já viu este filme, não se desespere. Apenas recomende a todos que assistam em casa e alerte aos desavisados que "Caçador de Recompensas 2" vem aí.


            Stephanie Plum é uma desempregada de meia-idade e sem marido, com uma família meia louca cobrando um casamento da moça. Desesperada por emprego, ela passa a trabalhar com um primo em uma agência de caçadores de recompensa. Logo, ela descobre que o ex-namorado é o próximo alvo

            A incansável KATHERINE HEIGHL retorna às telas para fazer o que sabe bem: comédias românticas. É uma pena que desta vez, ela fracassou e conseguiu fazer o filme mais morno do gênero. Alguém precisa dizer a ela que se sua pretensão for alavancar a carreira, ela definitivamente precisa abandonar o gênero e procurar novos bons roteiros. Ela é boa e pode coseguir se quiser. JASON O´MARA é com certeza um péssimo galã. Além de ser um pouco mais velho do que os de costume, ele não é tão bonito assim e não consegue nem por um segundo ter uma química interessante com Katherine. DANIEL SUNJATA encarna o parceiro de guerra de Katherine e tem uma química com ela muito melhor que a do galã. A presença de DEBBIE REYNOLDS no elenco engrandece tudo. Famosa por clássicos musicais como "Cantando na Chuva", Debbie resgata seu humor infalível dos anos 50 e concentra quase todas as risadas do filme em suas cenas. Atrás de Debbie, SHERRI SHEPARD arranca boas gargalhadas do público com sua prostituta tagarela e dedo-duro. Por fim, JOHN LEGUIZAMO dá o ar da graça em poucas cenas do filme.


            Depois do sucesso "A Última Música", a diretora JULIE ANNE ROBINSON não obtém êxito neste filme, que poderia sim ter sido melhor de diversas maneiras. Começando pelo roteiro, que extrai absolutamente toda a essência de "Caçador de Recompensas", estrelado por Jennifer Aniston e Gerard Butler. Carregado de clichês, o filme sobrevive pelas poucas boas performances do elenco.

            Um dos maiores "Ctrl C + Ctrl V" da história do cinema. Não tem necessidade nenhuma de ser visto nos cinemas. É esperar e ver na televisão. Provavelmente podem criar uma maratona comédia romântica onde os "gêmeos" possam ser exibidos um após o outro

COMO AGARRAR MEU EX-NAMORADO
(One For the Money, EUA, 2011)

Direção: Julie Anne Robinson
Elenco: Katherine Heighl, Jason O´Mara, Daniel Sunjata, Debbie Reynolds, John Leguizamo, Sherri Sepherd
Duração: 91 min.


Quando e Onde Assisti: 13/04/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 6,5

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ESPELHO, ESPELHO MEU

          Em um reino distante vive Branca de Neve, uma princesa órfã que vive sob o domínio de sua madrasta malvada, uma rainha muito egocêntrica. Esgotada dos absurdos da rainha, Branca de Neve foge do reino e passa a viver com sete anões-ladrões, pequenos antigos habitantes do reino, renegados pela rainha por falta de beleza.


          Este é o ano da Branca de Neve. ESPELHO, ESPELHO MEU é o primeiro lançamento com o tema da fábula da garota com a pele cor da neve. O segundo, "Branca de Neve e o Caçador" conta com Kristen Stewart e Charlize Theron no elenco e a estréia acontecerá de Junho. Mas vamos começar pela ordem cronológica dos lançamentos.

          O diretor é o indiano TARSEM SINGH, famoso por filmes como "A Cela" e "Imortais". Tarsem é definitivamente um diretor que preza a estética. Assim como em seus trabalhos anteriores, sua visão sobre a história contada enche os olhos com o melhor que o público espera e distorce o que é belo, transformando em excêntrico. Aqui não é diferente. A estética é o carro-chefe, com muito colorido, cenários deslumbrantes e figurinos pra lá de extravagantes lembrando um desfile de moda.


          Branca de Neve não é a única protagonista nesta adaptação. JULIA ROBERTS e LILY COLLINS disputam pelo papel principal e pelo maior apreço do público. Julia com toda sua graça, foge de suas personagens convencionais e está muito à vontade neste papel. Já Lilly tem que carregar o peso do papel-título e o defendem muito bem. Julia se reinventou e conseguiu transformar a vilã numa pessoa divertida de acompanhar. Transformou a madrasta, que geralmente era pálida e sem humor, em uma mulher birrenta e infantil. O príncipe da vez é ARMIE HAMMER. O bonitão não chega a ter uma performance incrível, mas dá conta do recado. Infelizmente seu desempenho está muito abaixo do que qualquer outro no filme. NATHAN LANE rouba a cena e aqui vive o divertido capacho da rainha, com as melhores falas do filme. Por fim, dignos de serem citados, todos os sete anões são incríveis e divertidíssimos, passando muito longe do caricato habitual que os anões geralmente caem.


          O roteiro é leve com muitas pitadas de humor, mas sem tirar os signos que a fábula traz. Aqui, o famoso espelho não fica dentro do castelo da rainha e o caçador é o próprio mordomo do reino. Destaque para a cena impagável em que Julia toma um banho prá lá de excêntrico, com direito a picadas de abelha e escorpião, cocô de papagaio, lesmas e cobras hidratando o corpo, entre outros métodos absurdos de fazer um spa-day no reino. Para finalizar, o número musical bollywoodiano "I Believe in Love" no final encerra o filme com muitas gargalhadas e um tom bem animado para o espectador deixar a sala com uma impressão melhor ainda do filme.

          Sem dúvida uma das melhores pedidas para rir, se emocionar e sobretudo, se divertir bastante descontraidamente, sem exigir nenhuma pretensão intelectual. É apenas para ver como uma princesa pode ser uma heroína muito além dos suspiros Disney.

ESPELHO, ESPELHO MEU
(Mirror Mirror, EUA, 2012)

Direção: Tarsem Singh
Elenco: Julia Roberts, Lily Collins, Armie Hammer, Nathan Lane, Mare Winninghan, Robert Emms, Sebastian Saraceno, Jordan Prentice
Duração: 106 min.


Quando e Onde Assisti: 09/04/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 8,0

terça-feira, 27 de março de 2012

JOGOS VORAZES

            Hollywood aposta mesmo em adaptar séries de livros para o cinema para arrecadar os tantos milhões. Depois de “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”  e “A Saga Crepúsculo”, chegou a vez de JOGOS VORAZES. Trata-se de uma trilogia de ficção escrita por Suzanne Collins.


            Ambientado num futuro distante, o filme narra alguns acontecimentos da Capital, cidade principal de Panem que outrora fora os Estados Unidos. Os 12 distritos da Capital são obrigados a enviar um casal para uma competição anual denominada Jogos Vorazes, onde apenas um deles pode sobreviver. Na disputa estão Katniss e Peeta, representando o distrito 12. Agora os dois se vêem numa disputa alucinante para saírem vivos e voltarem para casa.

            Se eu contasse mais perderia a graça. Assim como toda adaptação de série literária, o primeiro sempre é inferior aos outros. Digo isso porque foi a mesma coisa que senti ao assistir os primeiros Harry Potter e Crepúsculo. Filmes medianos, feitos apenas para experimentar o acolhimento do público e alavancar o restante. Porém, como já era de se esperar, o filme está fazendo um grande sucesso, mas mesmo assim não chega à altura dos que o inspiraram, como “Harry Potter” e “O Senhor dos Anéis”.


            A protagonista é JENNIFER LAWRENCE, que merece todo o respeito e elogios que vem recebendo. Uma vez indicada ao Oscar de melhor atriz por seu trabalho no drama “Inverno da Alma”, a garota defende bem o título de indicada ao Oscar e traz a melhor interpretação do filme inteiro, superando veteranos como STANLEY TUCCI, ELIZABETH BANKS e WOODY HARRELSON, que também continuam excelentes e carismáticos, mesmo alguns deles como vilões. JOSH HUTCHERSON, o garotinho de "Ponte para Terabítia" cresceu e aqui disputa o papel de mocinho com LIAM HEMSWORTH, porém os dois só são notados pela beleza. Mesmo assim, do lado de Lawrence, os dois somem de cena. O elenco ainda conta com participações excelentes de DONALDSUTHERLAND, WES BENTLEY e do cantor LENNY KRAVITZ.

            O diretor é GARY ROSS, também escritor de sucessos como "Seabiscuit - Alma de Herói" e "Quero Ser Grande" e dirige o filme com segurança e boas escolhas. Apesar da longa duração do filme, a impressão é de que tudo o que é necessário para o público saber, como a história dos personagens e circunstâncias das relações entre eles, passa tudo muito rápido. Os roteiristas são os próprios diretor e autora dos livros, que tentam consertar esses cortes ao longo do filme, jogando as imagens como um flashback meio clichê.


            Muitas pessoas dizem esperar mais do filme. O caso é que nenhum filme deveria se apoiar no sucesso de outro filme. O marketing de Jogos Vorazes grita a informação de que o filme é o sucessor de Harry Potter e Crepúsculo. Com isso, as pessoas esperam muito do filme e acabam que se decepcionando. É o famoso ditado: “Sem espectativas, sem decepções.”

            De modo geral, é um filme legal, despretensioso, com bastante ação e que com certeza merece o sucesso que está tendo. Porém, futuramente, o risco de ele cair na sessão da tarde e por lá ficar, é muito grande.

JOGOS VORAZES
(The Hunger Games, EUA, 2012)

Direção: Gary Ross
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Donald Sutherland, Stanley Tucci, Lenny Kravitz, Wes Bentley
Duração: 142 min.


Quando e Onde Assisti: 26/03/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 8,5

quarta-feira, 21 de março de 2012

GUERRA É GUERRA

            O misto de ação, comédia e romance é mais batido que bolo de fubá e com isso, torna muito difícil a tarefa dos roteiristas de apresentar material novo. GUERRA É GUERRA não foge desta regra. Tão previsível quanto qualquer sessão da tarde, mas também tão engraçado quanto qualquer boa comédia.


            Foster e Tuck, são agentes federais, parceiros e melhores amigos há muitos anos, até o dia em que os dois se apaixonam pela mesma garota. Tudo se torna uma confusão e ela, driblando o tempo para um não descobrir do outro, não faz idéia da amizade que tinham antes.

            De todos os elementos bons do filme, o melhor é a escolha do elenco e a química que todos tem com todos na tela. REESE WITHERSPOON é a mocinha e aqui não tem um grande desafio como atriz. É chegar, jogar o charme e levar o filme assim. Porém, estamos falando de uma ganhadora do Oscar, então acaba sendo um pouco mais que isso, algo bem fora do comum dentre todas as outras mocinhas de filme de ação. Ela é bem à vontade no papel e garante muitos momentos hilários e costrangedores devido à sua personagem um tanto espivetada. CHRIS PINE e TOM HARDY são os mocinhos que disputam o coração da moça e ambos são bons, bonitos e engraçados. Um é o oposto do outro e o barato é ver como cada um se sai com a moça. Ainda como coadjuvante temos CHELSEA HANDLER, amiga e confidente da protagonista que arranca uma das maiores gargalhadas do filme todo com toda a sua vasta experiência sexual.


            Todos os personagens são muito bem definidos em suas características, o que torna tudo mais fácil para o entendimento do público e entregando que o filme é realmente puro entretenimento.

            Pra não dizer que o único conflito chave do filme é a guerra dos dois pela moça, a produção se encarrega de colocar no meio de tudo isso, um criminoso que estava sendo investigado por eles antes e que em um determinado momento do filme, se encontra com todos eles, causando o clímax do filme, onde tudo se resolve, tudo acontece.


            O diretor McG é mestre em misturar comédia e ação (vide “As Panteras”) e desta vez, optou por um filme mais longo, mas que não cansa o espectador. Poderia ser um pouco menor, com certeza, mas para um filme do gênero, as muitas referências e situações um tanto iguais à de outros filmes fazem com que tudo beire o excesso. São duas horas que passam relativamente rápido e são tantos os conflitos que ao sair da sessão, o espectador já esqueceu de metade deles.

            Grandes explosões, romances e situações embaraçosamente engraçadas fazem de GUERRA É GUERRA uma excelente "comédia romântica de ação", agradando os fãs do gênero e se mostrando uma boa pedida para quem não sabe o que assistir nos cinemas atualmente.

GUERRA É GUERRA
(This Means War, EUA, 2012)

Direção: McG
Elenco: Reese Witherspoon, Tom Hardy, Chris Pine, Chelsea Handler, Til Schweiger, Angela Basset, Rosemary Harris
Duração: 118 min.


Quando e Onde Assisti: 21/03/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 7,5

domingo, 18 de março de 2012

PROJETO X - UMA FESTA FORA DE CONTROLE

            O período escolar é uma fase muito difícil, especialmente na vida de um nerd. O bulliyng rola solto e faz com que eles sejam capazes de tudo para serem aceitos nos grupos escolares. Festas adolescentes com muita droga, sexo e suas consequências são muito tradicionais nos EUA e vistas em vários filmes do gênero. Mas nenhuma delas foi representada de um jeito tão absurdo. Até agora.


            Três amigos nerds decidem fazer uma festa de aniversário para um deles e convidar a escola inteira a fim de se tornarem populares. A festa logo toma proporções absurdas com muita confusão fora do controle de qualquer autoridade.

            Um besteirol do maior tamanho já visto, porém, com as melhores piadas e situações prá lá de engraçadas. Assim como em "American Pie", os nerds tomam a frente da situação mostrando que o único conhecimento deles resume-se apenas em videogames e lições de casa e, na hora de festejar, não entendem nada.


            Filmado ao melhor estilo "found footage", onde as imagens apresentadas são caseiras, o que vemos são takes de câmeras de celulares, amadoras e, no ápice do filme, de uma equipe de reportagem local. Tudo sem o tremido convencional e incômodo de filmes que usam esse molde, um cuidado que a produção teve para que o espectador consiga ver tudo o que está acontecendo. Em alguns momentos, o "slow motion" é utilizado também para que seu riso seja prolongado com a lentidão da imagem. Mas com a loucura instaurada e o caos tomando o bairro inteiro, as imagens são aceleradas e takes curtos são mostrados, tudo para que você acompanhe toda a loucura do jeito que deve ser acompanhada e entrar na paranóia dos personagens.

            A direção é do novato NIMA NOURIZADEH, com toda a ajuda do produtor TODD PHILLIPS, diretor da franquia "Se Beber, Não Case", que aqui jogou sua pitada para filmes do gênero, fazendo o espectador identificar muitas coisas deste com seus filmes. Os atores, todos desconhecidos dão um toque de realidade ao conteúdo, o que contribui mais para o entretenimento do filme. Alguns deles usam os próprios nomes para dar vida aos personagens. São eles os ótimos THOMAS MANN, OLIVER COOPER JONATHAN DANIEL BROWN.

            Os melhores hits da música eletrônica embalam o filme na medida em que a confusão aumenta. Começa com músicas leves e básicas do techno dance e quando tudo toma o rumo errado, evolui para um psy alucinado, com flashes de cenas bizarras e muito hilárias.


            Cachorro baloeiro, anão preso no forno, gnomo cheio da droga, carro importado afundando, muitos peitos à mostra e o bairro todo pegando fogo fazem de PROJETO X um incrível filme de comédia, mostrando que não precisa de uma super produção para impressionar.

            Arrisco-me a dizer que é um dos filmes mais engraçados que já vi nos últimos anos. Não tenha dúvidas que ao sair do cinema você já vai estar de ressaca ou então com uma vontade absurda de presenciar uma festa dessas. Uma palavra para definir: INSANO! (da melhor maneira possível.)

PROJETO X - UMA FESTA FORA DE CONTROLE
(Project X, EUA, 2012)

Direção: Nima Nourizadeh
Elenco: Thomas Mann, Oliver Cooper, Jonathan Daniel Brown, Dax Flame, Kyrby Bliss Blanton, Brandy Hender
Duração: 88 min.


Quando e Onde Assisti: 17/03/2012 - Uci Anália Franco
Nota: 9,5

domingo, 4 de março de 2012

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

            Hugo é um jovem, forçado a viver com um tio distante após a morte de seu pai. Vivendo numa estação de trem fazendo a manutenção dos relógios, Hugo tem apenas como companhia um autômoto velho e quebrado deixado por seu pai. Afim de fazê-lo funcionar, o garoto procura peças em uma loja de brinquedos e bugigangas quebradas do velho rabugento George. O que Hugo não sabe, é que o velho esconde um segredo fantástico que pode mudar toda a sua vida.


            Quando anunciaram A INVENÇÃO DE HUGO CABRET nos cinemas eu pensei: lá vem mais um filminho de fantasia que vai virar um clássico da sessão da tarde. Engana-se quem pensou o mesmo. HUGO CABRET é tão incrível, transparente e reflexivo que arrisco-me a dizer que logo mais se transformará num clássico Cult. MARTIN SCORCESE, seu diretor, está em um dos melhores momentos de sua carreira e não pôde criar uma homenagem melhor ao seu ofício tão nitidamente amado. O longa mostra além de tudo essa paixão ao cinema, o que tornou totalmente compreensiva as 11 indicações ao Oscar e principalmente a indicação pelo prêmio na categoria Melhor Filme. Infelizmente levou o prêmio principal, mas saiu com 5 estatuetas.

          Inocência é uma palavra que imprime bem o que o filme fala, o que sentimos ao assistir esse filme. Tudo é visto aos olhos do protagonista, o que logo deixa o espectador inocente de tudo o que acontece na tela. A opinião dele sobre os fatos e o interesse na descoberta do desconhecido, traz uma reflexão de como tudo pode ser melhor e mais incrível se usarmos a imaginação.


            Na pela de Hugo está ASA BUTTERFIELD. Tão jovem e tão entregue às artes da interpretação que não deixa nada a desejar para o elenco adulto. E que elenco... BEN KINGSLEY está logo atrás dos protagonistas juvenis é está tão brilhante que merecia um Oscar de ator coadjuvante. O elenco do geral é tão incrível e harmônico, que não citá-los por suas qualidades no filme seria uma injustiça ao trabalho magnífico que aqui exercem. HELEN McCRORY é a esposa de Kingsley, enigmática e amável, que em um momento incentiva Hugo a desvendaras questões. SACHA BARON COHEN consegue finalmente se desvencilhar da imagem que criou em Borat e revela-se um ótimo ator que, junto com EMILY MORTIMER cria momentos engraçados e românticos deixando a platéia suspirando. Ainda temos as participações de RICHARD GRIFFTHIS e FRANCES DE LA TOUR, responsáveis pela parte cômica do filme, também como um casal de idosos flertando cada vez mais a cada dia. Quem também dá o ar da graça é CHRISTOPHER LEE e JUDE LAW, com pequenas participações, porém tão notórias quanto qualquer outro membro do elenco regular. Por fim e não menos importante, dividindo o título de protagonista, está CHLOE GRACE MORITZ, despontada para a fama desde muito criança e que agora com apenas 15 anos, já é uma atriz respeitada, elogiada e sendo considerada uma das melhores atrizes jovens desta época. É tão gostoso de assistir tudo isso, todas essas performances, que muitos desses atores tornaram-se os meus favoritos.


            HUGO CABRET fascina por todos os campos do cinema. A trilha sonora de HOWARD SHORE é tão leve e tão presente que marca no espectador. Muitos saem da sessão assobiando o tema principal. O uso do 3D está muito bem empregado no filme e serve apenas para dar uma qualidade maior às imagens. O efeito no filme deixa realmente tudo muito real, causando aquela profundidade no ambiente, levando o espectador para dentro da Paris dos anos 30. A fotografia é de um colorido tão harmônico que, mesmo se você estiver acompanhado, é impossível desviar os olhos da tela.

            Tudo é tão rico em detalhes, que assistir só uma vez não basta para sentir o que é este filme de verdade. Uma das melhores homenagens ao cinema e um filme que deve entrar para a história... dos melhores. Nota dez, sem mais.

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
(Hugo , EUA, 2012)

Direção: Martin Scorcese
Elenco: Asa Butterfield, Chloe Grace Moritz, Ben Kingsley, Helen McCrory, Richard Griffthis, Sacha Baron Cohen, Emily Mortimer, Frances De La Tour, Christopher Lee, Jude Law.
Duração: 129 min.


Quando e Onde Assisti: 04/03/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 10

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

AS AVENTURAS DE AGAMENON - O REPÓRTER

            Agamenon é um repórter fictício, criado por Hubert e Marcelo Madureira, dupla que atuava no finado humorístico "Casseta e Planeta" e que toma um curto espaço aos domingos durante o "Fantástico", na TV Globo. Além do quadro de humor, Agamenon tem sua própria coluna no jornal O Globo há mais de 20 anos. Agora, incansáveis, Hubert e Marcelo Madureira levam a história de Agamenon aos cinemas em uma das piores produções que o cinema nacional já viu.


            Com sorte eu nunca vi o quadro humorístico de Agamenon no Fantástico. Aliás, não vi nada de humorístico nisso tudo. Para mim, Casseta e Planeta sempre foi muito ruim e totalmente sem graça. Muito escrachado e pouco conteúdo bom. O que valia eram as paródias das novelas da própria emissora e olhe lá. Qualquer derivado disso torna a coisa pior do que já é.

       Feito em estilo documentário, o filme decepciona. E muito. Começando pelas performances pavorosas do elenco inteiro! HUBERT ARANHA, o protagonista é muito ruim! Nada do que ele faz agrada, é tudo muito chato, muito sem graça, muito mal feito. MARCELO ADNET, coitado. O cara é tão bom e prestou-se a participar do filme-desgraça do ano. O público enxerga seu esforço de tornar a coisa melhor, mas nem ele se salva. A batida LUANA PIOVANI entrega a pior atuação de sua carreira e mostrou que este foi o dinheiro mais fácil que ela já recebeu em toda sua vida. São apenas caras e bocas muito exageradas, coisa que qualquer mulher que tivesse bebido umas a mais pudesse ter feito no lugar dela. MARCELO MADUREIRA então nem se fala. A mesmice do Casseta, igual ao seu parceiro Hubert. E então vamos para as medonhas participações "especiais". Caetano Veloso, Susana Vieira, Jô Soares, Paulo Coelho e Fernando Henrique Cardoso (sim, o ex-presidente da república) interpretam eles mesmos no filme, como se conhecessem o personagem fictício. Essa interpretação conhecida como Him/Herself, foi por água abaixo já que eles estão tão falsos, mas TÃO falsos que eles parecem estátuas de cera deles mesmos. Medo total. Mas o pânico de assistir o filme alcança proporções bíblicas quando PEDRO BIAL resolve interpretar ele mesmo mais novo e se torna A PIOR PERFORMANCE DO CINEMA NACIONAL. Por fim, a dama do cinema nacional FERNANDA MONTENEGRO dá o ar da graça apenas com sua voz, narrando toda a história de Agamenon em meio aos fatos, entregando a única coisa boa que tem no filme: sua voz.

            O roteiro é uma colagem de besteiras escrachadas e politicamente incorretas (no sentido nonsense) que não deveriam existir, todas retiradas do programa humorístico, uma pior que a outra e a direção de VICTOR LOPES tenta dar um rumo para o filme, mas fica difícil já que o filme não tem sentido algum. Não provoca nada do espectador a não ser constrangimento. 


            A sua sorte é que você não perde tanto tempo da sua vida. Só parece que perde. O filme é curto, mas ao sair da sessão, você tem a impressão que se passaram mais de duas horas. Isso os que conseguem chegar até o final. Mais que a metade do público presente na sessão sai da sala antes mesmo de chegar aos 40 minutos. No total são 75 minutos de pura bobagem. O estilo documental só deixa tudo muito pior do que já é e você torce para o filme acabar logo.

            AS AVENTURAS DE AGAMENON é a vergonha alheia do ano, Uma tentativa FRACASSADA de se fazer um filme de comédia. Passem longe disso. Se puder, passe longe até do cartaz, que não instiga em nada com aquela foto medonha à lá "dança do tchan".

AS AVENTURAS DE AGAMENON - O REPÓRTER
(As Aventuras de Agamenon - O Repórter, Brasil, 2011)

Direção: Victor Lopes
Elenco: Hubert Aranha, Marcelo Madureira, Marcelo Adnet, Luana Piovani, Pedro Bial e narração de Fernanda Montenegro
Duração: 75 min.


Quando e Onde Assisti: 11/01/2012 - UCI Anália Franco
Nota: 1

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NOITE DE ANO NOVO

          O Ano Novo está aí e, como todo Natal que lançam um filme com o tema, chegou a vez do Ano Novo ganhar o seu. NOITE DE ANO NOVO reúne um time de artistas consagrados e mostra que um filme pipoca pode surpreender muito mais do que divertir.


          Diversas pessoas preparam-se para passar a noite de Ano Novo e nela, aproveitar o máximo que podem para fazer o que desejam, seja se divertir, super expectativas, cumprir promessas e deveres, amar, perdoar e surpreender.

       O filme tem um formato específico, que como uma novela, apresenta diversos núcleos de relacionamentos em uma determinada situação ou data específica e aos poucos vão entrelaçando eles na história e surpreendendo o público mostrando que um tem laços com outro. Isso já foi mostrado em muitos outros filmes, como "Simplesmente Amor", "Idas e Vindas do Amor" e "Ele Não Está Tão Afim de Você". Além disso, o formato ainda traz um time de atores de primeira linha, o que já apresenta o problema principal de filmes assim: são tantos os personagens e tantos atores famosos que nenhum personagem fica bem construído e nenhum ator consegue se aprofundar no papel e nem apresentar algo de muita qualidade, o que geralmente fazem. Resta a nós curtir os que se levemente se sobressaem mais que os outros.


          O elenco é gigantesco! No centro de tudo está HILLARY SWANK, que apresenta o núcleo mais dramático e realmente tocante do filme inteiro. Logo atrás, MICHELLE PFEIFFER e ZAC EFRON arrasam com uma relação doce e inesperada de uma mulher de meia-idade que pede demissão do emprego e contrata um garoto para realizar sua lista de resoluções. ASHTON KUTCHER e LEA MICHELLE são um casal recém-conhecido, mas são tão pouco apresentados no filme que não conseguimos ter o afeto suficiente para gostar deles. SARAH JESSICA PARKER e ABIGAIL BRESLIN apresentam os problemas do amor juvenil - uma mãe tentando se aproximar da filha enquanto ela já começa a querer sair com garotos. HALLE BERRY é a mais mal aproveitada do filme inteiro, tento a menor participação no elenco inteiro do filme. Ainda temos JESSICA BIEL encabeçando um dos núcleos de comédia interpretando uma grávida desesperada para conseguir uma fortuna de R$ 25 mil, participações de JOSH DUHAMEL, LUDACRIS BRIDGES, TIL SCHWEIGER, HECTOR HELIZONDO, CARLA GUGINO, ROBERT DE NIRO dando um show como um paciente com câncer terminal e por fim, KATHERINE HEIGHL e JON BON JOVI, que apresenta uma relação rasa e sem emoção, mas que junto com isso traz SOFIA VERGARA trazendo o personagem mais engraçado do filme inteiro com seu sotaque "americanhol" e as melhores falas assanhadas do filme.


           Todo esse time é dirigido pelo experiente GARY MARSHALL, que comandou o clássico "Uma Linda Mulher". Gary havia fracassado com "Idas e Vindas do Amor", no qual homenageou o Dia dos Namorados e insistiu em mais um filme-novela, mas dessa vez obtém sucesso colocando o humor em primeiro lugar, antes do amor, embalada por uma ótima trilha com direito a dois números musicais. 

        É uma delícia de assistir e se deleitar com as soluções de ano novo dos personagens, por mais rasos que alguns sejam. Ainda mais se for assistido esta época, onde a maioria das pessoas tem esse sentimento de mudança, desejos e anseios para realizar no ano que chega. Gary Marshall anunciou um próximo projeto. Com esta filmografia, qual será o próximo feriado a ser homenageado? Brincadeiras à parte, assista e divirta-se!

NOITE DE ANO NOVO
(New Years Eve, EUA, 2011)

Direção: Gary Marshall
Elenco: Hillary Swank, Robert DeNiro, Michelle Pffeifer, Sarah Jessica Parker, Halle Berry, Sofia Vergara, Jessica Biel, Katherine Heighl, Jon Bon Jovi, Ashton Kutcher, Lea Michelle, Abigail Breslin, Josh Duhamel, Ludacris Bridges, Zac Efron, Carla Gugino
Duração: 117 min.


Quando e Onde Assisti: 09/12/2011 - UCI Anália Franco
Nota: 8,5

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A INQUILINA

            A Dra. Juliet foi traída pelo namorado e muda-se para um apartamento enorme e com um aluguel muito barato. Logo ela se torna íntima do dono do prédio, Max, um quarentão charmoso que mora junto de seu avô. Ao longo dos dias, Juliet vai sentindo algo estranho acontecendo em seu apartamento e resolve instalar câmeras pelo local, afim de descobrir o que acontece pelo apartamento enquanto ela não está.


            Trata-se de um suspense, porém, sem nada de novo. A historia é o velho clichê do tradicional filme de suspense: um tarado com distúrbios mentais que persegue a mocinha. O novo aqui está apenas no modo de contar a história e a ordem em que ela é mostrada, o que torna-se um ponto positivo no filme. A direção é de ANTTI JOKINEN, que mostra-se eficiente em contar histórias de suspense e de como criar um clima de suspense sem tornar um terror, mas incapaz de executar uma direção de atores. O diretor, que antes dirigia muitos videoclipes, é estreante em longa-metragem.

            HILLARY SWANK é Dra. Juliet. Hillary, que em outros filmes já havia mostrado que entende do que faz e sabe bem como levar o filme, encarna a protagonista sem exageros e diferente do que já vimos dela antes. Porém, sua característica marcante ainda está presente - seus papéis são sempre mulheres decididas e determinadas, mas este papel a obrigou revelar uma certa fragilidade. Fragilidade esta que não aparece em diversos momentos que deveria, deixando o espectador em dúvida se ela foi a escolha certa para este papel. Ainda me arrisco a dizer que ela tem uma qualidade melhor que o próprio filme em si. JEFFREY DEAN MORGAN é o "bad guy", mas sua semelhança com JAVIER BARDEM é tão grande que ás vezes incomoda e distoa um pouco a atenção para a história - pelo menos comigo é assim. Mesmo com isso, o cara trabalha muito bem na linha entre o mocinho e o vilão, o que é um grande desafio para um ator - cativar o público, fazer-nos confiar plenamente no personagem, para no clímax destruir todo o encantamento. Ainda podemos contar como ponto positivo a participação de CHRISTOPHER LEE, com sua voz forte, grave e sinistra, utilizando-se disso para contribuir com o mistério todo que envolve seu personagem.


            O filme apresenta as duas visões da história: a da mocinha e a do vilão, até o ponto em que as duas histórias se cruzam e tornam-se uma só. Não espere desvendar o final, até porque na verdade é tudo muito óbvio, como já foi dito aqui. Você já sabe desde o início o destino dos personagens e quem é o mocinho e o vilão. É bem o estilo de "Psicose", no qual sabemos desde o início que Norman Bates é o problemático que vai atacar as mocinhas. O barato aqui é ver o desenrolar da história, esperando ansiosamente o clímax final.

            De qualquer maneira, é um filme legal para ser visto, principalmente para os que morrem de medo de filme de suspense e não consegue assistir nenhum. Este é leve, mas mantém o espectador atento para não perder nenhum susto.

A INQUILINA
(The Resident - EUA, 2010)

Direção: Antti Jokinen
Elenco: Hillary Swank, Jeffrey Dean Morgan, Christopher Lee, Aunjanue Ellis, Lee Pace, Nana Visitor
Duração: 91 min.


Quando e Onde Assisti:  Em Casa - 27/10/2011
Nota:  6,5